Na verdade, não dou tanta importância a certas formalidades como o casamento; festa para convidados, o vestido de noiva, lista de casamento, então?! Nem se fale. Acho um corre-corre desnecessário. Sobretudo, após 12 anos de uma união sólida. Bem, se diz ‘união estável’ ou ‘convivente’ atualmente... De qualquer forma, quero dizer de uma boa convivência. Como todo o casal, temos diferenças, porém somamos mais do que subtraímos nestes anos de relacionamento.
Muitos seguem todos os trâmites do matrimônio padrão, exigido pela sociedade e depois de algum tempo, separam, divorciam ou somem sem dar satisfação. Sim, 'somem sem dar satisfação', menciono o ocorrido porque lembrei de um amigo que simplesmente deu as costas à esposa e desapareceu.
O fato em questão é que Saeed me pediu em casamento, disse que estou o ‘enrolando’. Depois de 12 anos juntos? A meu ver, não precisamos disso. Casaríamos onde? Somente no cartório? Para provar o quê? Só de lembrar a burocracia; o dia a agendar, roupas a alugar, padrinhos e a lista de convidados? O cuidado para não esquecer de ninguém. Cansei só de imaginar! Estamos juntos, há tanto tempo que conhecemos tão bem um ao outro que basta um olhar, uma postura, o tom de voz para eu perceber que mesmo não tocando mais no assunto ‘casório’, Saeed definitivamente quer casar.
Dias atrás, estive muito doente, com febre e uma infecção me atingiu fortemente. Em minha cama, enquanto repousava por ordens médicas (afinal só assim para que eu desse um tempo para mim mesma) Saeed trouxe me uma sopa bem quente, com legumes e carne. O cheiro estava tentador! Sentou-se ao meu lado e pediu carinhosamente que eu a comesse, pois queria me ver melhor.
Saboreei aquela refeição enquanto o observava falar baixinho a minha filha que ele tinha orado para que eu melhorasse. Não sei dizer se foi mesmo a oração ou o carinho/amor com que a fez, que também não deixa de ser uma súplica, mas eu me restabeleci completamente, assim que terminei a sopa.
Enquanto Saeed ao meu lado, passava as mãos por entre os meus cabelos e depois descia as escadas levando o prato vazio, meu pensamento só era um: “Por que não casar?”
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