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Na realidade para mim, escrever é tão necessário quanto o
ar que respiro. No percurso das letras, das palavras é que encontro o meu
mundo, a solução para os meus problemas internos. Através do sofrimento e da
esperança que permeiam a vida humana, encontro soluções muitas vezes ambíguas
para continuar minha caminhada e a tornar mais suportável. Afinal, sem uma
‘válvula de escape’, o que seria do viver? Escrevo por pessoas que não podem
escrever ou que gostariam de ouvir uma só frase que seja saindo de meus lábios
como se fossem delas. Como a maioria dos escritores, escrevo para dar um
depoimento do meu tempo, contar da condição humana nos dias em que vivo, de
preferência sob um ângulo que não foi contado ou observado. Não tenho pretensão
de com a escrita mudar algo, pois é visceral a ação para mim. Como menciona
Clarice Lispector: "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo
altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está
querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de
outro..."
Assim escrevo para manifestar minha alegria, minha
saudade, minha necessidade de expurgo, para matar minha fome, para respirar e
para viver. Leio e escrevo pela descoberta incessante de que as certezas não
são eternas e que as incertezas alimentam nossa mente.
Maísa Neves
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